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Reflexões (IX) - Gilka da Costa de Melo Machado

Amei o Amor, ansiei o Amor, sonhei-o uma vez, outra vez (sonhos insanos!)... e desespero haja maior não creio que o da esperança dos primeiros anos. Guardo nas mãos, nos lábios, guardo em meio do meu silêncio, aquém de olhos profanos, carícias virgens, para quem não veio e não virá saber dos meus arcanos. Desilusão tristíssima, de cada momento, infausta e imerecida sorte de ansiar o Amor e nunca ser amada! Meu beijo intenso e meu abraço forte, com que pesar penetrareis o Nada, levando tanta vida para a Morte!...
Para então refrescar esse dia abafado e quente tiro os coágulos impregnados  em feridas supostamente cicatrizadas que cutuco com dedos tensos e inseguros sangram e remediam trazendo a sutil  lembrança: estou viva!
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Por um fio sóbrio não seria no frio só sóbrio não queria beberia bebê seria até que um dia sóbria ria e um bebê paria

Tão distante e tão próximo

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No inevitável que escapa da vontade humana surgiu a revolta de uma linda história de amor. A vontade entregue ao invisível, trouxe certeza edificada em um rochedo tempestade interior frutificou distância desespero e fuga do controle da mente humana aquela que tudo quer, nem tudo consegue pode mais do que merecemos. Mesmo distante a tempestade vem em plenos trovões e ira não há revolta me aconchego e fortaleço como uma rocha. " A chama da fogueira sempre está acesa. O frio aparece quando nos distanciamos. "
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Como o filho pródigo retorna ao pai, que de braços abertos o espera eu à escrita retorno, para libertar os detentos do meu coração os detentos da minha alma os sentimentos que faço de prisioneiros sem nem ao menos conhecê-los e que me assustam quando vêm à tona e gritam pelo meu grito e desesperados aguam meus olhos para que os enxerguem Agora escrevo só nunca sozinha. Nunca mais sozinha.

Guilhotina - Líria Porto

rareou os beijos arredou o corpo e pé ante pé sem dizer paulada foice Retirada do Blog Palavra Porrada
Será então isso que é viver poesia? Sentir o dia passar sem me arranhar a carne dilacerada, doída meu corpo arrastado duas voltas num percurso de doze horas O coração batendo na caixa craniana enclausurado cego acelerado procurando enxergar algo no escuro Na vida real vivo o meu conto de fadas rainha do tempo pouco densa estou nadando num longo rio sem vontade de voltar O coração no tórax a emoção no corpo a mente pra frente os pés flutuando do chão.

Correteza

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Olho o olho que sofre por relutância ou entrega Pulmões da alma encharcados d'água refletem a imagem que não me pertence Fortalecida pela [con]vocação nado contra a correnteza oculta no mais fundo do mar humano

O casal

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Quando esfumaçada a boca esquenta, na sequência trago o líquido vermelho que inunda meus lábios secos. O doce se mistura ao amargo do meu sangue. Sweet, sweet blood . A taça vermelha até a borda, cor viva afogada em sabor, carrega um passado pisado à pés descalços, corações esmagados ao som dançante do imaginário. Cigarro rígido, vive a partir da mesma brasa que mata quem se saboreia a cada tragada. A fumaça, nuvem estática presa na boca, com inspiração sacia meu corpo e aos poucos sai em formas curvas e macias que se desfazem como pó ao vento. A cor viva ausente na taça é presença confusa e agradável na mente. Ela vazia perde a sensualidade de sua forma, suas dobras não preenchidas são como o vinho sem o espírito de Dionízio. O cigarro sem a brasa não satisfaz a carne que arde sedenta pela plenitude do fogo. Vazio e apagado. Não preenchem, não combinam, não se completam. Não dá.

Planícies - Adriano Nunes

o vazio dele o vazio dela o vácuo do umbigo do tempo a pele a pílula o efeito fatal do sono o sonho o sonho o sonho... até quando? o vagão partindo a simetria sincera do trilho a ilusão me deglutindo depois, nem isso. o poço profundo outro mundo outro escuro outro escudo a mesma máscara mesclada à vida que tarda outra diáspora o trauma o nêutron a névoa a mágica moldando a alma depois, nada.

produção em Um Esplêndido Lugar

Me deixa ser toda sua quase pura pouco nua Vem conhecer meus dilemas formigas pequenas com mil problemas Sem pré dizer deixar a carne crua cantar pra lua mãos dadas na rua Pra então me ter em noites plenas amantes em cena despidos apenas ----------------------------------------------------------------------------------- Passarinho, o que me diz? Livre leve canto Passarinho, o que me dá? Sorriso sossego santo Passarinho, o que me mostra? Longo liso tempo Passarinho, e como faz? Viva a vida vinda! ----------------------------------------------------------------------------------- Todo tempo passa aos poucos fosco senso tempo tosco Pouco paro tique estalo toco mato tiro calo pouco à toa tarde toda penso solta numa boa
cavo fundo no peito tento encontrar a palavra escondida é preciso ir além da epiderme dilacerar a carne romper nervos e veias ver transpassado o bruto coração  de Nydia Bonetti

Amoxicilina

Se tentas, menina, parecer mulher, se mostra bebê Se então, garota, quando beber não rir como criança, Ai de tua juventude! Em pouco tempo tão velha Não acelera mais por galopes do coração que  tiravam o fôlego hipnose do olhar Inflamação do corpo calor, rubor, fisgadas na barriga imã nascente de corpo com corpo em relutância se fortificava E hoje, ainda jovem me vejo multiresistente em tratamento [antibióticos dissolvidos em sopas de letrinhas]

o pó e o povo

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põe pó no povo o povo só quer pó pode puro pode pouco pode porco põe o povo no pó o pó só quer o povo pode pobre pode preto pode nobre o povo pede o pacote repete a dose até o povo aos poucos virar pó

Sakura

A flor viva em xilema se faz novo dilema abre-se  sem caminho desconhecidos percursos por mares nunca antes navegados regam alimentam e abrem o broto novo pulsando dilatada flor nova cor forma perfume textura doidos doloridos cortes essenciais inevitáveis e quando a pétala anuncia a morte iminente de uma flor nascida do mais puro acaso o luto nasce renasce aquela pétala junto com tantas outras parte por maior que seja a tempestade por mais que se regue por mais forte que seja a vontade vai se volta quem sabe se vier que reviva novo broto nova flor [de]novo xilema fluindo dilemas

lixando o calo

Calo Por tanto atrito é formado calo enfim, no fim só me calo sobrecamada formada calo me endurece calo não me entristece, me limita e calo com emese de palavras lixo meu calo aos poucos a pele mais lisa do pêssego há de surgir
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Soma seu somático com o meu subtrai o sono, multiplica o som e divide o gozo elevado ao quadrado.
Como o conhecimento sem uma mente para habitar jogado ao pó, com milhares de companheiros enfim em minha cabeça fantasiosa sedenta, veio parar ? Pesadelo será peso dele ou peso dela ? energia de quem antes viveu membro de um círculo um livro leu e deixou marcas em papeis envelhecidos, amarelados, carregados de histórias Minha presente busca de buscar algo enevoado uma meta árdua e plena só satisfeita ou seria só e satisfeita ? Esse novo novo me chama a guerrear eu comigo mesma grande batalha há muitos já declarada. Agora não estou mais vendada.

Poeta Raul - S.O.S.

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Hoje é domingo Missa e praia Céu de anil Tem sangue no jornal Bandeiras na Avenida Zil... Lá por detrás da triste Linda zona sul Vai tudo muito bem Formigas que trafegam Sem porque... E da janela Desses quartos de pensão Eu como vetor Tranqüilo eu tento Uma transmutação... Oh! Oh! Oh! Seu Moço! Do Disco Voador Me leve com você Prá onde você for Oh! Oh! Oh! Seu Moço! Mas não me deixe aqui Enquanto eu sei que tem Tanta estrela por aí... Andei rezando para Tótens e Jesus Jamais olhei pr'o céu Meu Disco Voador além... Já fui macaco Em domingos glaciais Atlântas colossais Que eu não soube Como utilizar... E nas mensagens Que nos chegam sem parar Ninguém, ninguém pode notar Estão muito ocupados Prá pensar... Oh! Oh! Oh! Seu Moço! Do Disco Voador Me leve com você Prá onde você for Oh! Oh! Oh! Seu Moço! Mas não me deixe aqui Enquanto eu sei que tem Tanta estrela por aí... Enquanto eu sei que tem Tanta estrela por aí! Enquanto eu sei que tem Tanta es

Um como tantos outros bons

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Um tanto de charme naturalmente saindo durante a levada animada da música. Jugulares saltadas em uma voz de dentro da alma, gritando mais alto que o coração. A banda parecia estar com o corpo, e principalmente as mãos hipnotizadas, dedos pulando no piano e apertando como se estivesse fazendo cócegas ao saxofone, baixo e rindo com a guitarra, brincadeira em sinfonia. Mágica noite, como se tivessem passado óleo no chão da pista, os pés escorregavam com o balanço do ritmo. Em volta tudo quente, energia com Drinks de vodka e energético balançando com black powers, sorrisos e suor por todos os lados, o corpo como uma mola, ombros movimentavam-se abraçando o pescoço pulando animados. Perdido, um sorriso se tromba a outro e deslizam-se um em direção ao outro. Encontram -se os sorrisos, uma aura mágica entre dois olhares se queimado de desejo por dentro em fogo e charme logo se dançam como um só, quebradas da cintura dela mãos e quadris em suavidade balançam na levada do som, ouvido aqu

Pé na cova

Avante loucura! luxúria, ternura castelos com minuciosos detalhes construídos a barro com água se desfazem virando lama disforme pedras concretas pedaços prensados dichavam-se  em pequenas medíocres partes grãos sozinhos, uma vez unidos se tornam poder os momentos sortidos como um dia de hipódromo hora ou outra se fazem uma noite de satisfação graça de vida [severina ? ] Uns oram, uns choram, uns fumam, uns bebem, uns jogam, uns cantam, uns dançam, uns falam, poucos são. Simplesmente sãos. [durmo agora sem palavras vagas Quiçá outras noites elas não fujam como vezes passadas.]

Roda da vida

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A vida é um jogo que se ganha e perde se abraça e  repele se aprende e  repete A vida é uma roda que vira e volta incerta na rota inesperada se esgota A vida é sentimento amor e novidade solidão e amizade calmaria e tempestade Viver é foda boa nem sempre nem à toa A roda da vida    explicação aqui.
Prefiro não ferir melhor ter fé e só depois rir.

Parafrazuzeando

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Solidão a dois às duas, às cinco da manhã fruto do escuro escancarado babaquices de boboca caretices, medo da roda mil palavras a serem ditas dois mil ouvidos tampados letras, línguas e segredos de liquidificador confissões  na igreja de todos os bêbados Quero destampar o liquidificador e cantar um Blues da piedade É baby! Eu ando tão down inventando amores, me distraindo até demais.

HUMANO - Por Natália Barros

Tudo teima em se alterar O de dentro quer sair O de fora quer entrar Mas se eu não me engano Não seria isso Ser humano ? Natália Barros, além de poeta compositora e cantora

Espelho verdadeiro

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Espelho que mostra a verdade nua, crua e feia verdade que nos olhos habita verdade que nunca excita De outros a vida sofrida abandono, desgraça e pobreza o espelho não fala não é de conto de fadas só mostra o que é real Os sorrisos mais belos também os mais amarelos mascaram, iluminam  sol do meio dia quando o espelho grita a tempestade se joga salgada no céu da boca  gosto amargo da verdade

WISKy ao KUBO

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Apesar de solitário, sozinho nunca, sempre acompanhado daquilo que é escape da realidade e sem que queira a confusão o persegue como uma raposa em busca de sua presa. Putas, polícia, dinheiro, álcool, baseados e fatos reais. Reais como a solidão, ou reais como a companhia? Senhor Matthias Schulteiss me mostrou que não é necessário cor para mostrar paisagens, expressões, profundidade, ação. enfim, histórias em quadrinhos.

Futuro em mente

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Em noite fresca o sono não vem na mente vazia de presente No céu escuro  estrelas iluminadas  de passado O futuro perto instiga e amedronta Do futuro longe a certeza: vou ser estrela.

Poeta

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É chique dizer que é poeta É lindo descobrir um poeta É receio mostrar que é poeta É só que nasce um poeta É vida que move o poeta É poesia que alimenta o poeta É Porta aberta Olho sem filtro Escrito Traduzindo A limpo .
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E dizer o quê? Se palavras escritas são mais atraentes Se no mundo das letras tudo é permitido desde que se traduza  pensamentos, passado, futuro, ilusão, beleza. Fraquezas, desilusões, monotonia, perdas, tristezas ganham uma bela roupa pra se apresentarem, traz brilho aos olhos de quem lê e três vezes mais no de quem escreve. Palavras que me definem, que me envolvem, me desvendam, alimentam minha alma.  Dançam comigo vogais consonantadas seguindo o ritmo do auto conhecimento. Caminham  comigo letras unidas em esquinas de sentidos. Ah, palavras! Santas palavras! Na vida que se esgota, traz imortalidade das epifanias como um gozo eterno. No lúdico, realiza o irreal construindo castelos e seres surreais na poderosa mente humana. Do solitário se faz companhia agradável. No pensador traduz e divulga as ideias e ideais. No apaixonado define o inclassificável amor. E dizer pra quê? Se posso escrever para o outro entender da forma que lhe convém e te faça bem?

Arco-íris

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Lírico arco da chuva que brota misturada com  sol receita do belo surge singelo genuína beleza de que vale sem a íris pra se exibir?

Muito Sem Nexo

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Tá aí?                                                                             Já vô!                    Já tá?                                                         Num tô! Já foi? Não vi.

Florinda

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Era uma flor  rosa a sua cor caule de espinhos A minha flor  causou tremor sem medo um tipo de amor A minha flor o dia que minha for me ensina o pudor que te tiro os espinhos sem dor ...flor do campo!...  Fotografia de Carlos Almeida

azedocê

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Adocicada a vida balança essa beleza em cores vivas traz sentido à flor da pele Figura: Alex Gray arco íris no olhar montanha russa dentro de mim música no corpo riso doce uma alma gêmea irmã de loucura me leva a passear em um fusca laranja deixa a estrada em minhas mãos de nossa viajem quase rumo a curitiba voltamos desfilando azedinhos na pequena londres a vitrola ligada no estúdio de desenhos eternos com uma máscara gigante na parede testemunhando o momento no chão liso branco, frio e fofo até quando o dia chama partimos pra cama até dez e meia chegar dez e oito dez e treze dez e infinito dez e café. Me dá um café? laranja no sol ardido cena de filme mente livre vento na cara vitrola ligada me deixou em casa noutro dia me lembra o escrito: "pirulito colorido".

" numa niiiiiice! "

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De corpo frouxo! braços abertos e riso sem hora cabeça leve e idéia solta fala e ri,                                               por rir à toa.

EMO são?

Vida Longa de emoção Curta de intervalos Viva Mais emoção Menos intervalos Vivo Inventando emoção Passando os intervalos E se nos intervalos houver mais emoção? E se sem coração ter mais emoção? Viver Passando as emoções Vivendo nos intervalos

Ciúme

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Como duas toneladas no estômago Como uma borracha que apaga seu brilho Como você de galinha choca por um dia inteiro Como um repelente inodoro, estampado na face Como ter que chupar um limão sem fazer careta Como uma noite sem sono, sem calor, abraçando lençois Não sou coruja, muito menos avisto o que ninguém vê Não sou uma barata, muito menos circula em mim seu sangue Não sou crocodilo, muito menos suas lágrimas escorrem em meu rosto Sou gente. Vejo. Penso. Sinto. Sofro. Instinto mais que animal, humano.   Figura: Dis_cursos da Luz - José de Almeida & Maria Flores

Noite negra*

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Oh, Nastenka! Já que me abandonaste o amor nascido desde onde te avistei até hoje é companhia deste herói sem lei mora em histórias que de ouvir gostaste A volúpia da ociosidade me afogou cansado de em fantasia alheia mergulhar vendo nossa história o ar veio em mim se esgotar com calor e lágrimas de quem amou Não me odeie Nastenka amada, sereia do mar se em mim não fez morada tua singenuidade ** quando atravessou-me o cérebro a letra a ele faltar E hoje arrependo-me de não o fazer, se amo te amar basta o destino mudar. Pesa-me a vontade de infinda hora de felicidade, com ar. * Viajem minha de como o sonhador ficou depois de um minuto inteiro de felicidade. Não, não basta isso pra encher a vida         inteira de um homem. * *me vi no direito de um neologismo.                                    

Sedenta de nada.

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Senta. Deita. Vê TV [que não te vê!] Come. Bebe. Deita. Cruza palavras. Descruza palavras. Senta. Ouve Música. Vê uma história [pensando se um dia será a sua]. Deita. Vê TV. Muda o canal. Dorme. Dorme. Dorme. Acorda. Come. Senta. Deita. Dorme. Senta. Deita. Morre. Figura: Gilberto Correia. Campanha anti-sedentarismo